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Falta de estrutura prejudica investigações

O registro de carros e motos que são roubados na Paraíba está diminuindo desde o ano passado, mas a Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos e Cargas revelou que nem todos os casos são notificados e que a falta de estrutura para investigar prejudica o combate ao crime. Na maioria dos casos, os veículos roubados não retornam para os donos.
Nos quatro primeiros meses deste ano, foram registrados o roubo de 94 carros e 163 motos. Nesse mesmo período do ano passado, foram registrados 143 roubos a carros e 231 a motos. O trabalho que é feito na delegacia é tentar encontrar o veículo e devolver ao dono, nos poucos casos em que são encontrados. A justificativa apontada pelo delegado de Roubos e Furtos de Veículos e Cargas, Paulo Martins, é que não existe um serviço de inteligência no local para descobrir quadrilhas e prender os acusados. “Ladrão de carro é o mais difícil de pegar. Eles já pegam o veículo com a pessoa certa para repassar, então é muito difícil recuperar. Também há casos de encontrarmos o carro na mão de terceiros, mas eles não têm pistas de quem roubou. Nesses casos, quem estiver de posse do veículo vai responder por receptação”, afirmou o delegado Paulo Martins.

Tráfico

Walber Virgolino, delegado do Grupo de Operações Especiais (GOE), afirmou que as investigações apontam para uma prática cada vez maior de roubo de veículos já que quadrilhas especializadas no tráfico de drogas estão migrando para o roubo de carros e motos.
Para o delegado, as quadrilhas envolvidas no roubo de veículos têm um esquema entre os estados da Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Walber explicou que a responsabilidade na investigação é da delegacia especializada, mas disse que o GOE é quem auxilia para conseguir identificar os bandidos.
“Eles roubam e levam para outros estados para fazer assalto e depois depenar o carro para revender em sucata. Outra prática comum é que eles roubam e levam para um sítio porque lá passam a vida sem emplacar. Além disso, muitos veículos vão por encomenda e têm o chassi adulterado” esclareceu Walber.

Demora

Walber Virgolino declarou que as investigações de roubo de carros são demoradas porque são muitos os envolvidos, mas que vários grupos estão sendo monitorados para conseguir as informações suficientes para serem incriminados. Ele também disse que o trabalho é prejudicado porque não existe investigação específica.
“A polícia vem desvendando muitos casos, mas é preciso mais, porque os bandidos mudam a forma de agir. Cada vez mais eles seguem as vítimas até a sua residência e anunciam o assalto para tomar o veículo”, afirmou. Virgolino disse, ainda, que é necessário um trabalho mais integrado entre a polícia dos estados envolvidos.

CORREIO DA PARAÍBA
Álisson Arruda

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