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UMA GUERRA CIVIL NÃO DECLARADA NA PB

fig02v2011Uma pesquisa realizada pelo professor José Maria Nóbrega, da Universidade Federal de Campina Grande, revelou que a taxa de homicídios praticamente triplicou na Paraíba. “Entre 2001 e 2009, a taxa de homicídios na Paraíba saltou de um patamar de um pouco mais de 13 homicídios por cem mil habitantes, para mais de 33 homicídios por cem mil. Uma verdadeira explosão! As Nações Unidas consideram insuportável quando este dado ultrapassa os 10 homicídios por cem mil habitantes. Quando isto acontece, que o estado apresenta números de mortes por agressão comparáveis a países em guerra”, avaliou.

Na capital paraibana, o número de homicídios por grupos de 100 mil habitantes também supera a média estadual, de acordo com a pesquisa do professor. “Em 2001, João Pessoa teve 227 pessoas assassinadas. Em 2009, esse dado foi de 427 mortes, praticamente dobrando as mortes e computando mais de 60 homicídios por grupo de cem mil habitantes. Campina Grande teve o impacto de 39,6 óbitos por agressão por cada cem mil habitantesresidente nesta cidade. São números de guerra civil não declarada”, reforçou José Maria Nóbrega.

INQUÉRITOS PARADOS

O acúmulo de inquéritos é um dos principais desafios a ser enfrentado pela Secretaria de Estado da Segurança e da Defesa Social para reduzir os índices de criminalidade na Paraíba. Sem a conclusão dos processos que investigam os homicídios registrados no estado, os acusados dos crimes continuam livres para cometer outras mortes. “Quem mata um, tem sangue frio para trabalhar outro. Precisamos contratar mais agentes para garantir que os crimes vão ser investigados, os inquéritos concluídos e os autores, atrás das grades”, contou o secretário Claúdio Lima.

A Delegacia de Crimes Contra a Pessoa é uma das especializadas que concentram o maior número de inquéritos parados. São mais de 1,3 mil crimes que ainda aguardam um desfecho e não saíram do papel. Alguns já estão em andamento na delegacia há mais de cinco anos. “Para acelerar o andamento destes inquéritos, vamos relocar as chamadas delegacias de homicídios e entorpecentes para um prédio maior, com 27 salas, e aumentar o número de agentes. A delegacia que investiga os crimes contra a vida já possui sete equipes com um delegado, um escrivão e quatro agentes, cada uma. A demanda é grande e o investimento ainda não é o suficiente, mas trabalhamos com o que temos”.

Fonte:

Jornal O Norte

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