João Pessoa tem 234 pontos de tráfico de drogas ilícitas espalhados em 32 bairros, segundo mapeamento da Polícia Federal. O assessor de comunicação da PF, Deusimar Guedes, afirmou que a Capital, Campina Grande, Patos, Sousa e Cajazeiras são responsáveis pelo maior consumo de drogas no Estado. Ele alertou que o uso do crack está aumentando consideravelmente e que nos dois primeiros meses deste ano, a quantidade da droga apreendida (cerca de 125 quilos) já é superior a todo o volume do ano passado. O vereador Geraldo Amorim, denunciou ontem na Câmara Municipal, que a cidade se tornou uma “cracolândia” e sugeriu que o prefeito Ricardo Coutinho decrete estado de calamidade pública para combater o avanço das drogas.
Para ele, o consumo de maconha tem se mantido estável, mas o crescimento do uso do crack tem sido assustador. “O crack também é uma droga barata e viciante. Mas, diferentemente da maconha, que dá sono, o crack é estimulante, e por isso os usuários tem que fumar mais pedras da droga e se torna muito lucrativo para os traficantes”, disse.
Ele afirmou que o resultado do aumento do consumo do crack e de outros entorpecentes, se reflete nos índices de criminalidade, já que para manter o vício, os usuários começam a praticar furtos e agir de forma violenta para conseguir dinheiro. “O efeito para a sociedade é devastador e por isso, a proposta do vereador é tão salutar. Ela serve para alertar a população e autoridades, para o combate às drogas. A ação deve ser feita através de campanhas, envolvendo todos os segmentos. A família deve educar seus filhos, as escolas desenvolver programas e a polícia repreender os criminosos”, concluiu.
“Alguém tem que pedir socorro”
O vereador Geraldo Amorim (PDT) denunciou que João Pessoa transformou-se numa “cracolândia”, a exemplo da que existe em São Paulo. Policial federal, Amorim revelou que toda a periferia da Capital está contaminada com o comércio e consumo de drogas, principalmente o crack, levando mães e pais de família ao desespero pelo envolvimento dos filhos com o tráfico.
“Resolvi fazer esse pronunciamento, porque alguém tem que pedir socorro, tem que levantar a voz e cobrar providência para resolver essa verdadeira epidemia de crack na periferia da cidade”, sustentou.
“No Timbó se compra crack de dia, de madrugada ou a qualquer hora. Falta infra-estrutura no local. Os carros da polícia sequer descem até a comunidade. Os bandidos agem livremente”, disse.
Providências
O líder do prefeito na Câmara Municipal, Tavinho Santos (PTB), considerou muito grave a denúncia feita pelo vereador Geraldo Amorim (PDT) e disse que vai levar o problema a Ricardo Coutinho (PSB) para que as providências cabíveis, no âmbito da administração municipal, sejam adotadas.
Santos acredita que investimentos em casas de recuperação, a exemplo da Fazenda da Esperança, pode ser uma alternativa de ordem administrativa para combater o uso do crack e outras drogas. “Com certeza levaremos o problema ao prefeito Ricardo Coutinho que tem se mostrado sensível a questões sociais como esta”.
CORREIO DA PARAÍBA
Flávio Asevêdo e Vanderlan Farias