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POLÍCIA CIVIL ENTRA EM GREVE NO RN

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Delegacias de plantão só registram flagrantes. Nem Boletins de Ocorrências (BO) estão sendo feitos. As duas Delegacias de Plantão em Natal e as dez Delegacias Regionais no interior serão as únicas a manter o funcionamento e cumprir a obrigação de manter 30% do serviço da Polícia Civil. A reportagem registrou um intenso movimento durante a manhã de ontem na Delegacia de Plantão da Zona Sul, localizada no bairro de Cidade da Esperança.

Muitos já haviam sido encaminhados de outras áreas da cidade e da região metropolitana por acreditar que os serviços da Plantão estaria normalizado. O aposentado Jailton Matias foi um deles. Ele se deslocou de Macaíba com a intenção de registrar uma ocorrência de assalto contra a filha e se decepcionou com a paralisação.

“Preciso do B.O para cancelar alguns documentos e contas que minha filha possui. Não sei como proceder agora. Vim lá de Macaíba, porque falaram que aqui, conseguiria fazer isso”, reclamou.

Outra pessoa que protestava era o construtor Isaac Farias. O homem teve os pertences furtados do apartamento e tentava registrar a ocorrência para dar início a uma investigação. “Levaram uma série de pertences e queria ter esse registro policial. Qual a validade que esse documento terá se for feito daqui a trinta dias?”, indagou Isaac.

O construtor fez ponderações quanto a reclamação, mas ressaltou que a população é quem termina prejudicada. “Respeito a luta por direitos da categoria, mas não posso me ver refém dos bandidos”, disse.

A Delegacia Geral de Polícia informou que durante o período de greve os boletins de ocorrência devem ser registrados no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar e também através da Delegacia Virtual.

Crítica

A presidente do Sinpol/RN, Vilma Marinho, manifestou-se de forma contrária à iniciativa do Estado de disponibilizar o Quartel da PM para registro de BOs. Para ela, a iniciativa é uma tentativa de enfraquecer o movimento grevista, e irá falhar.

Vilma chama atenção também para o desrespeito à constituição federal e aos policiais civis. “Esse Governo faz questão de ser ilegal, de ser descumpridor de lei. Disponibilizar policiais militares para a realização de boletins de ocorrência é um desrespeito e infringe a constituição”, protestou.

A presidente contou que aguarda um novo contato do Poder Executivo, uma vez que a última tentativa foi classificada como “fracasso”. “O Governo disse claramente que não irá atender as reivindicações. Estamos aguardando contatos”, encerrou.

Motivação

A Polícia Civil já havia paralisado as atividades por 48 horas durante a semana passada para reivindicar direitos da categoria. A greve deflagrada ontem permanece por tempo indeterminado e busca o cumprimento da Lei Complementar 417, referente ao enquadramento nos níveis de carreiras de 1.102 agentes de Policia e 142 escrivães. Questões como a terceirização dos serviços de limpezas das delegacias, vales-refeição e a guarda de presos também estão na pauta.

TN Online

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