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NO CEARÁ, GREVE DOS POLICIAIS CIVIS PARALISA ATENDIMENTO EM DELEGACIAS E IML

Governo do estado estuda contratar escrivães temporários; Exército cuida do patrimônio

pcceará2012RIO – Com o fim da greve dos policiais militares, a paralisação dos policiais civis do Ceará, iniciada na quarta-feira, impede o registro dos boletins de ocorrência nas delegacias do estado. Segundo o Sindicato dos Policiais Civis de Carreira do Estado do Ceará (Sinpoci), a greve afetou 100% das delegacias do Ceará.

Em Fortaleza, os policiais estão acampados na Praça dos Voluntários, em frente à sede da Superintendência da Polícia Civil. Para o pátio da sede, estão sendo levadas as viaturas com os pneus esvaziados.

Segundo relatos, inspetores e escrivães estão deixando a chave das celas com o delegado de plantão, e já não é possível iniciar ou dar prosseguimento a qualquer investigação. Na capital, 35 DPs, 16 delegacias especializadas e 9 metropolitanas aderiram ao movimento, segundo o sindicato. Homens da Força Nacional de Segurança e do Exército estão tomando conta das delegacias, evitando, por exemplo, a fuga de presos e salvaguardando o patrimônio público, mas eles não estão fazendo boletins ou atuando na parte burocrática.

Segundo o capitão da 10ª Região Militar, Francisco Antônio Perez, a Delegacia Geral e representantes do governo do Ceará estudam a contratação de escrivães temporários para a realização do trabalho burocrático. Segundo ele, o Exército não tem amparo legal para assumir a função de policial civil. Se adotadas, as medidas devem assegurar a prestação de serviços essenciais à população, como registro de Boletim de Ocorrência e Guias Cadavéricas. Entre as possibilidades, está o empréstimo de pessoal da Polícia Federal.

Greve de 2011 foi considerada ilegal

De acordo com Inês Romero, presidente do Sinpoci, não houve acordo entre o governo estadual e os policiais, que reivindicam reajuste para que o salário seja equivalente a 60% dos vencimentos de um delegado:

– Tivemos uma reunião na quarta-feira, não chegamos um a acordo, mas ficou decidido que a pauta de reivindicações seria levada para o procurador-geral do Estado, Fernando Oliveira. Hoje (quinta-feira), a paralisação cresceu e 100% das delegacias estão paradas. O Instituto Médico-Legal (IML) se comprometeu a aderir ao movimento, mas queremos parar também a perícia e o Instituto de Identificação.

Os policias civis, que iniciaram a paralisação na quarta-feira, quando policiais militares e bombeiros encerraram a greve após acordo com o governo estadual, já haviam parado em julho de 2011. Em dezembro, a greve foi considerada ilegal.

Os policias estão reivindicando a não punição de quem aderiu ao movimento grevista de julho de 2011, a devolução do dinheiro descontado de 199 policiais civis em dezembro de 2011 e salário equivalente a 60% do subsídio de um delegado.

– O policial do Ceará tem o salário mais baixo do Brasil. Um delegado em início de carreira ganha R$ 7.500, e o policial em início de carreira recebe, em média, R$ 2.125 – diz Inês.


FONTE:
Redação – Jornal o Globo

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