AINOÃ GEMINIANO

A procuradora geral de Justiça, Maria do Socorro Diniz, disse ontem após a abertura da reunião com delegados e promotores, que a falta das condições ideais de trabalho na Polícia Civil é um dos problemas que acarretam falhas nos inquéritos policiais. Apesar de afirmar que isso não é um “privilégio” exclusivo da Paraíba, ela acredita na influência desse problema no resultado do trabalho da polícia judiciária. Número insuficiente de viaturas e de equipamentos para gabinete estão entre os exemplos citados pela procuradora. Ontem pela manhã, os delegados de polícia e secretário de Segurança Pública, Harrisson Targino, se reuniram com os promotores de Justiça para discutir os problemas existentes no trabalho de ambos e buscar soluções conjuntas. Durante a reunião, o promotor Aluísio Cavalcante, da cidade de Cabedelo, expôs uma situação que exemplifica com propriedade a opinião de Socorro Diniz.

Segundo Aluísio, entre os crimes registrados na circunscrição de Cabedelo, o de maior incidência é o tráfico de drogas, e até o momento não há como promover um combater eficiente. “Houve situações em que tomei conhecimento da distribuição de drogas em festas e só tínhamos um delegado e um agente na delegacia”, disse o promotor. Diante disso, ele pediu ao secretário que reforçasse o contingente na 7ª Delegacia Distrital, responsável por Cabedelo e estudasse a possibilidade de instalar uma delegacia no conjunto Renascer.

Em reposta ao pedido, Harrisson Targino disse que a 7ª DD dispõe de quatro delegados e quatro agentes, além de viatura e material de expediente. Segundo ele, a solução imediata é os investigadores irem para a rua e deixando de trabalhar apenas na delegacia. Aproveitou a palavra para determinar ao delegado titular que procurasse Aluísio Cavalcante, para que juntos montassem operações com a Polícia Militar. Harrisson disse também que há um projeto em andamento para criação de uma delegacia com policiais civis e militares no bairro do Bessa, que deverá ser implantada no primeiro semestre de 2006.

Durante a conversa com a reportagem do Jornal da Paraíba, Socorro Diniz falou sobre outras dificuldades na execução dos processos. Segundo ela, a reunião de ontem pode ter marcado o fim do desencontro entre delegados e o MP. A procuradora citou casos de investigações problemáticas que demoram muito para chegar à Justiça e quando chegam não fica claro onde ocorreram os problemas, se com os promotores ou com os delegados.

Jornal da Paraíba