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Greve contra a PEC

Por princípio, sou favorável a qualquer greve de categorias organizadas. É um instrumento eficaz, quando se esgota a possibilidade de diálogo. Mas, apenas quando se esgota a possibilidade de diálogo. Por isto, considerei tão estranha a decretação da greve dos policiais civis pelo presidente Flávio Moreira.

Este deve ser o primeiro caso de uma greve que ocorre, inclusive, antes da realização de uma assembleia para deliberar pela paralisação. Como se sabe, a categoria tem uma assembleia programada para esta segunda, quando deve analisar se a PEC 300 atende às reivindicações da categoria em termos salariais.

A Associação dos Policiais Civis já havia se manifestado contra os índices de aumento aplicados pela PEC e o Governo do Estado também tinha sinalizado para dialogar sobre esses valores. E se há o privilegiamento dos policiais militares em detrimentos dos civis, o Governo tem mais é que rever os valores.

Os policiais civis tem mais é que se mobilizar mesmo, como fizeram os policiais militares. Eles devem, sim, pressionar o Governo e os deputados estaduais para revisarem o texto original, no âmbito da Assembléia, de forma a atender suas reivindicações. Se o Governo não flexionar, então a greve pode ser a saída.

Mas, surpreende que, antes sequer da discussão da matéria com o Governo e pela Assembléia, o presidente Flávio Moreira, ex-candidato a deputado pelo PSB, decida decretar a paralisação. Não quero crer que se trate de uma greve política, afinal estamos a uma semana do segundo turno, mas soa estranho.

O mais grave é que o cidadão comum, que nada tem a ver com essa pendenga, acaba como a maior vítima, com a iminência do aumento da violência por ausência do aparelho policial. É o cidadão comum (inclusive familiares dos policiais), que paga impostos e não deveria pagar também mais essa conta.

 CORREIO DA PARAÍBA

HELDER MOURA

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