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FALTAM TELEFONES, VIATURAS, ARMAS, MUNIÇÃO…

CORREIO DA PARAÍBA

CIDADES

Domingo, 04 de junho de 2006 * Paraíba b-1SINDICATO EM DESTAQUE 

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FALTAM TELEFONES, VIATURAS, ARMAS, MUNIÇÃO…

19,8% dos policiais concursados já pediram exoneração em 2 anos

Devido a falta de condições de trabalho, em apenas dois anos, 19,8% dos policiais civis concursados já pediram exoneração, na Paraíba. Maiores dos agentes nomeados trabalha desarmada e policiais compram munição com o próprio salário. Delegacias não têm estrutura e faltam telefones e viaturas no interior. Págs. B-1 a 7.

RADIOGRAFIA DA POLICIA NA PB

Faltam armas, munições, carros e homens

 

HENRIQUETA SANTIAGO

 

As cidades paraibanas cresceram e com elas, também houve o aumento da violência, mas a segurança publica não acompanhou a sofisticação do crime. Enquanto quadrilhas especializadas em assaltos a bancos possuem armamentos pesados, veículos possantes e tecnologia para roubar, delegacias de policia, principalmente no interior, não possuem sequer computadores, telefone dentro dos prédios e viaturas. O presidente do Sindicato dos Servidores da Policia Civil (SSPC), Antonio erivaldo, revelou que a maioria dos policiais civis, nomeados após o concurso publico realizado pelo estado, estão trabalhando desarmados, porque não existem armas.

               Dados do presidente do SSPC e do presidente do Clube dos Oficiais da Policia Militar, coronel Francisco de Assis, mostram uma radiografia da segurança na Paraíba: existem cerca de 10,9 mil policiais civis e militares para atender à uma população de aproximadamente 3,5 milhões de pessoas em todo o Estado e o déficit é de 8 mil homens nas duas policias. Grande parte das delegacias do Estado, do Litoral ao Sertão paraibano, não possui telefone dentro dos prédios, não tem viaturas suficientes e as que existem estão quebradas, com pneus carecas ou funcionando precariamente, faltam armas, coletes à prova de balas e prédios apresentam infiltrações e rachaduras. “Não precisa ir longe. A delegacia de Bayeux, na Grande João Pessoa, e uma pocilga!”, afirmou erivaldo.

A Delegacia da cidade de Bananeiras, no Brejo paraibano, é um retrato de grande parte das delegacias do Estado: sem infra-estrutura adequada, equipamentos, nem efetivo suficientes. Nesta delegacia, não existe se quer uma cela, para guardar os presos durante o registro de um crime. “Dois bandidos armados encostaram na minha moto e com revolveres apontados para minha cabeça disseram: “ou a moto ou ávida!” Por Deus, não perdi também minha vida. O pior é que quando fui prestar queixa na delegacia, só havia um policial e não tinha viatura. Vieram duas viaturas de Solânea, mas a policia não perseguiu os bandidos porque estavam com pouco combustível”, revelou o agente de saúde e mototaxista de Bananeiras, Adriano Soares da Paixão, 33 anos.

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