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EU QUERO É NOVIDADE DESTA PB: MAIS DE 47% DOS ASSASSINATOS SEM ELUCIDAÇÃO


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A falta de pistas e o medo das testemunhas em colaborar com as investigações são os principais problemas enfrentados pela polícia para resolver os casos de homicídios. Sem solução, muitos inquéritos ficam acumulados, dificultando ainda mais o trabalho da polícia. Segundo dados da Delegacia de Homicídios de Campina Grande, dos 189 assassinatos ocorridos no ano passado, 90 inquéritos não tiveram solução, totalizando 47,61% dos casos. Até ontem, 70 assassinatos de 2010 continuam sem autoria conhecida.

Para tentar reverter a situação, a Polícia Civil está fazendo uma ‘força-tarefa’ no sentido de diminuir o índice de casos que emperram nas investigações. Segundo Cassandra Duarte, delegada de homicídios, desde fevereiro já foram resolvidos 32 casos de assassinatos, sendo 20 do ano passado e 12 registrados já em 2011. “É a demonstração que a equipe está trabalhando, focada no combate a criminalidade. A cada dois dias, estamos elucidando um crime”, aponta a delegada.

Na manhã de ontem, a polícia apresentou dois homens presos sob a acusação de terem matado o professor de capoeira Jamerson Oliveira Meneses, de 22 anos, crime que chocou a população de Campina Grande no final do ano passado. Ele foi executado com 12 tiros a queima-roupa no dia 27 de dezembro. O crime aconteceu na porta da casa onde a vítima morava, no bairro de José Pinheiro, diante de familiares e vizinhos. O vigilante Joaby do Nascimento Silva, de 19 anos, e o estudante Elissandro do Nascimento, foram detidos e assumiram a participação na morte do professor. A prisão preventiva foi decretada pelo juiz Horácio Ferreira de Melo, do 2° Tribunal do Juri de Campina Grande. Segundo o juiz, a polícia tem dez dias para concluir o inquérito e remeter os autos à Justiça.

As investigações apontam que o homicídio foi motivado por vingança e provavelmente foi premeditado, mas os acusados afirmam que mataram para se defender. “Ele estava ameaçando a gente, matamos pra não morrer”, afirmou Joab. A dupla informou que a rixa começou com uma briga durante um jogo de futebol e após a discussão teriam decidido comprar as armas para se defender. Os dois revólveres calibre 38 teriam sido comprados na feira da Prata por R$ 600. “Não tô arrependido, pegamos uma briga no futebol e matei pra não morrer”, admitiu Elissandro. No momento da prisão, a polícia não encontrou as armas usadas no homicídio, mas os acusados afirmam que venderam os dois revólveres calibre 38 após o crime.

As estatísticas da Polícia Civil apontam que muitas das mortes violentas são motivadas por acerto de contas. Cerca de 60% dos assassinatos registrados em Campina são provocados por rixas pessoais ou vingança, enquanto o envolvimento com drogas é responsável por apenas 20% das ocorrências. Em 2011 já ocorreram 43 homicídios em Campina Grande, mesmo número registrado no primeiro trimestre do ano passado.

FONTE:
JORNAL DA PB

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