A Coluna tem recebido vários emails de pessoas da Polícia Civil, externando indignação com uma repentina mudança do regime de trabalho e de operação das delegacias de polícia na Paraíba. As alterações vieram a partir de uma recente decisão da gerente executiva da PC, a delegada Daniela Vicunha.

As novas determinações impõem um regime de 12 por 36 horas. Ou seja, os policiais trabalham 12 horas seguidas para folgar apenas 36. Antes, era de 24 por 72 horas. Com a mudança, as delegacias distritais da Grande João Pessoa vão ter que fechar no turno da noite, dias de feriado e finais de semana.

A indignação levou os policiais civis a distribuírem emails relatando que, no Governo Cássio, a delegada teve atuação ostensiva na greve da categoria e emitiu mensagens detonadoras (contra Cássio) na Internet. Algumas até impublicáveis. O que teria deixado Cássio (aliado de Ricardo) muito aborrecido.

Também vazou que a delegada Daniela Vicunha teria assumido um posto importante no Governo Zé Maranhão, atuando como assessora próxima do ex-secretário Gustavo Gominho, até o ano passado. Informação que, segundo a categoria, o governador Ricardo Coutinho certamente não tem conhecimento.

Claro que esses dois fatores não constituem por si elementos para uma eventual reprimenda à delegada. Ricardo não tem de dar satisfações a Cássio por nomear supostos desafetos. Também não é republicano o governador demitir uma gerente apenas por saber que ela trabalhou no Governo anterior.

O problema é que há claramente um clima de insubordinação entre os integrantes da Polícia Civil em face dessas mudanças. O que deixa o Governo com poucas opções pra evitar o agravamento da crise e uma iminente paralisação da categoria. A exemplo do que já ocorre entre os policiais militares com a chamada PEC 300.

O primeiro teste

O Governo Ricardo Coutinho terá seu primeiro grande teste na Assembléia, na sessão da próxima terça-feira, quando deverá ser votada a MP 161, que anula atos administrativos (e políticos) do Governo Zé Maranhão. Se conseguir aprovar a MP com casca e nó, conforme vem se empenhando, Coutinho mostrará que tem e terá maioria folgada na Casa. Porém, se insistir e não aprovar, iniciará o ano com a imagem arranhada na praça política.

Helder Moura
Jornal Correio da Paraíba